Num mercado global em constante evolução, a optimização da cadeia de abastecimento tornou-se um componente crítico para o sucesso das empresas. A gestão eficaz desta importante fase da linha de produção, não garante apenas que os produtos cheguem aos seus destinos dentro do prazo, mas desempenha um papel fundamental na redução dos custos operacionais.
Neste artigo exploramos 8 estratégias para optimizar as operações da cadeia de abastecimento de diferentes sectores, a fim de alcançar a redução de custos a curto, médio e longo prazo:
1. Previsão da Procura e Gestão do Stock
2. Colaboração com fornecedores
3. Optimização de Transporte e Distribuição
4. Princípios Lean e Melhoria Contínua
5. Utilização de um modelo circular
6. Integração Tecnológica
7. Práticas Sustentáveis
8. Tomada de decisão baseada em dados
1. Previsão da Procura e Gestão do Stock
O primeiro passo para a redução de custos na cadeia de abastecimento começa com previsões precisas de procura e gestão eficiente de stock. Ao entender os padrões de procura do catálogo de produtos, as empresas podem manter níveis de stock ajustados. Isto reduz os custos de armazenamento associados ao excesso e minimiza o risco de ruptura de stock, o que pode levar a custos de envio exagerados.
Assim, as empresas devem procurar investir na análise de dados e ferramentas de previsão para obter um entendimento da procura mais preciso, especialmente em condições de mercado sazonais ou flutuantes. Ao manter apenas a quantidade de inventário necessária, é possível economizar nos gastos de armazenamento, seguro e custos de manutenção associados.
Na Indústria do Retalho, as cadeias de supermercados podem usar a previsão da procura para calcular com precisão as preferências dos clientes por produtos sazonais. Ao gerir o seu inventário de forma eficaz, conseguem reduzir a deterioração de produtos perecíveis e combater o excesso de stock, levando a uma importante redução de custos (estratégia “push and pull”).
2. Colaboração com fornecedores
Ao trabalhar em estreita colaboração com os fornecedores, as empresas criam espaço para negociar melhores condições, como descontos, incentivos de volume e prazos de pagamento. Um relacionamento sólido pode ajudar a reduzir custos, activando princípios de economia de escala e encurtar os prazos de entrega.
Outra abordagem é a aplicação da estratégia de redundância de fornecimento, para mitigar o risco de interrupções na cadeia de abastecimento. Ter fornecedores alternativos prontos para intervir em situações de emergência pode evitar atrasos onerosos na produção e manter as operações em funcionamento.
Na Indústria Automóvel, os fabricantes podem colaborar estreitamente com os seus fornecedores de componentes. Ao trabalhar em parceria para agilizar os processos da cadeia de abastecimento, não só se posicionam para negociar a redução dos prazos de entrega, como também para diminuir custos, enquanto mantêm a qualidade do produto.
3. Optimização de Transporte e Distribuição
Os aspectos operacionais relacionados com o transporte e distribuição da cadeia de abastecimento representam muitas vezes custos significativos, sendo por isso, um ponto importante na optimização da cadeia de abastecimento.
Ao optimizar as rotas de entrega através da utilização de software que identifique os trajectos mais eficientes, as empresas podem minimizar o consumo de combustível e os custos de transporte. Outra abordagem é a combinação de envios sempre que possível, reduzindo o número de entregas e as despesas de envio. Por último, e não menos importante, a própria selecção de operadoras pode ser determinante nesta estratégia. Ao avaliar e seleccionar parceiros com base no seu desempenho, credibilidade e custo-benefício, é feito um incentivo à eficiência, o que facilita a renegociação de contratos quando necessário.
Em relação ao armazenamento da mercadoria, a automatização e utilização de robótica nos armazéns, permite melhorar a eficiência, simplificando as operações e reduzindo os custos de manuseio e armazenamento.
No sector alimentar, os distribuidores de produtos frescos podem optimizar o transporte da sua mercadoria ao consolidar remessas de frutas e vegetais. Isso reduz o número de viagens de entrega e os custos de transporte, garantindo entregas oportunas para vários retalhistas.
4. Princípios Lean e Melhoria Contínua
A implementação de princípios lean na cadeia de abastecimento pode resultar na redução substancial de custos, uma vez que promove a redução de desperdícios e a optimização de processos.
Nesta perspectiva, ao minimizar o excesso de stock, as empresas conseguem controlar melhor os custos de armazenamento, evitar a obsolescência e melhorar o fluxo de caixa. Outra abordagem de optimização é a identificação e eliminação de etapas desnecessárias nos processos da cadeia, implementando também medidas robustas de controlo de qualidade para minimizar defeitos e reduzir custos associados a devoluções.
Na Indústria Têxtil, os fabricantes de vestuário podem aplicar princípios lean para minimizar o desperdício no seu processo de produção. Ao reduzir o uso excessivo de tecido e simplificar as operações de costura, as empresas conseguem reduzir custos sem comprometer a qualidade do produto.
5. Utilização de um modelo circular
Primeiramente usado pela Renault em 1949, o modelo circular utiliza métodos de reutilização e reciclagem para evitar o desperdício de materiais quando estes podem ser aproveitados para criar algo novo. Uma cadeia de abastecimento circular é um modelo que aborda este ponto, priorizando a recuperação e a reutilização de produtos em vez da abordagem tradicional de “fazer-usar-descartar”.
Assim, ao incorporar princípios do Modelo de Cadeia de Abastecimento Circular, as empresas podem não só reduzir o desperdício e contribuir para um futuro mais sustentável, mas também cortar custos, reduzindo a necessidade de aquisição de novos recursos.
A Indústria Electrónica pode adoptar o Modelo Circular da Cadeia de Abastecimento ao estabelecer programas de retoma e reciclagem de dispositivos eletrónicos. Muitos fabricantes já oferecem aos seus clientes a opção de devolver smartphones, tablets ou laptops antigos no final do ciclo de vida. Estes dispositivos são desmontados e os seus componentes são reciclados ou recondicionados para novos produtos. Assim, os fabricantes podem minimizar o lixo eletrónico, conservar recursos e reduzir a necessidade de matérias-primas, resultando na redução de custos e em benefícios ambientais.
6. Integração Tecnológica
A incorporação da tecnologia certa nas operações da cadeia de abastecimento desempenha um papel fundamental na procura por maior eficiência, visibilidade e controle de custos.
Ao investir num sistema de SCM (Supply Chain Management) as empresas podem obter visibilidade em tempo real da sua cadeia de abastecimento, ajudando a tomar decisões de forma rápida, informada e a optimizar processos. Para além disso, a utilização de tecnologia Internet of Things (IoT) e a Identificação por Radiofrequência (RFID), permite rastrear remessas, monitorizar o stock e reduzir o risco de perda ou furto de mercadoria.
Por último, a implementação da tecnologia blockchain também traz um leque de vantagens, facilitando a transparência e a rastreabilidade na cadeia de abastecimento, reduzindo o risco de fraude e erros.
No Sector Logístico, um consórcio de transporte pode empregar tecnologias avançadas para optimizar rotas de entregas, rastrear as cargas e tornar os seus armazéns mais eficazes e “inteligentes”. Estas integrações melhoram a visibilidade e a eficiência da cadeia de abastecimento, reduzindo o consumo de combustível e os custos operacionais.
7. Práticas Sustentáveis
A sustentabilidade não tem apenas a ver com a responsabilidade das empresas, mas também com a redução de custos. A implementação de práticas amigas do ambiente, como a redução dos resíduos de embalagens, a optimização do consumo de energia e a minimização das emissões de carbono, pode levar a reduções de custos a longo prazo. As cadeias de abastecimento sustentáveis são frequentemente mais eficientes e resilientes, reduzindo os riscos e custos associados aos desafios ambientais e regulamentares.
A Indústria da Construção é conhecida pela utilização significativa de materiais e elevado consumo de energia. Para reduzir os custos e o impacto ambiental, as empresas de construção podem adquirir materiais de construção mais sustentáveis, optimizando a logística de transporte e implementando programas de reciclagem no local. Estas iniciativas não só se alinham com objectivos ambientais, mas também conduzem à poupança de custos a longo prazo, através da redução das despesas com a eliminação de resíduos e da melhoria da eficiência na utilização de materiais.
8. Tomada de decisão baseada em dados
Os dados são a força vital da optimização da cadeia de abastecimento. Analisar e avaliar regularmente indicadores-chave de desempenho (KPIs) para identificar áreas que precisam de melhorias ajuda as empresas a refinar continuamente as suas operações e a reduzir custos.
O Sector Agrícola depende da tomada de decisões baseada em dados para optimizar cronogramas de plantio e de colheita. Ao analisar padrões climáticos, a procura do mercado e outros dados históricos, os agricultores podem reduzir os custos associados à superprodução ou subprodução das suas culturas.
Conclusão
Optimizar as operações da cadeia de abastecimento com o fim de reduzir custos é um empreendimento multifacetado que envolve planeamento cuidadoso, espírito colaborativo e um compromisso a longo prazo. Ao se concentrarem na previsão da oferta, na colaboração com os fornecedores, na eficiência do transporte e da distribuição, em princípios lean, na incorporação de princípios de Modelo Circular, na integração de tecnologia, na sustentabilidade e na tomada de decisão baseada em dados, as empresas podem reduzir custos, melhorar a competitividade e, finalmente, obter maior rentabilidade num mercado global cada vez mais competitivo.
Na Método, contamos com uma equipa certificada e com competências e capacidade para assessorar na definição, planeamento e optimização da cadeia de abastecimento.