A inflação em alta coloca desafios significativos às empresas em todo o mundo. Lidar com esta incerteza requer planeamento estratégico, capacidade de adaptação e uma abordagem proactiva.
Neste artigo, exploramos 10 estratégias que as empresas poderão implementar em 2024 para minimizar e até superar os efeitos negativos da inflação.
Quais os motivos da inflação alta em Angola?
O Gabinete de Estudos Económicos do Banco Fomento Angola (BFA) prevê que a inflação no país permaneça acima dos 20%, atingindo cerca de 24% até o final de 2024. A expectativa é de que a inflação continue elevada ao longo do ano, acelerando em parte devido à possível depreciação no primeiro trimestre de 2024 e aos potenciais aumentos nos custos de energia resultantes da remoção de subsídios aos combustíveis.
O BFA sugere que estes factores manterão a inflação elevada durante a maioria do ano, indicando que a política monetária não será aliviada em breve e que poderá haver um agravamento das taxas de juro no primeiro semestre do próximo ano.
Como podem as empresas angolanas proteger-se em momentos inflacionários?
As empresas podem empregar várias estratégias para se defender do impacto da alta inflação. Aqui estão as principais abordagens:
1. Visibilidade de gastos:
A visibilidade de gastos é a base de qualquer recurso de gestão de despesas, permitindo compreender onde o dinheiro é gasto e quem o gasta. Esta é a base para todos os outros esforços de produtividade dado que permite atribuir o nível certo de responsabilidade dentro de toda a empresa e garantir que todas as decisões sejam tomadas sabendo o impacto total na demonstração de resultados.
2. Custos estratégicos VS não estratégicos:
Em tempos disruptivos, devem evitar-se escolhas que prejudiquem a estratégia de longo prazo, priorizando gastos estratégicos que optimizem o ROI e ajudem a remodelar a estrutura da empresa para obter vantagem estratégica.
3. Estratégias de Preços Dinâmicos:
Num ambiente de inflação alta, as empresas devem considerar a implementação de estratégias dinâmicas de preços. Isso envolve ajustar os preços com base nas condições de mercado, custos de produção e flutuações da procura. Reavaliar e actualizar regularmente os modelos de preços permite manter a rentabilidade e responder de forma eficaz às mudanças no cenário económico.
4. Optimização da Cadeia de Abastecimento:
Uma cadeia de abastecimento resiliente e flexível é crucial. Diversificar os fornecedores para reduzir a dependência de uma única fonte e garantir acordos de longo prazo para estabilizar os custos são boas medidas de protecção. Outro exemplo é a adopção de tecnologias como blockchain para melhorar a transparência e eficiência, mitigando os riscos associados a interrupções na cadeia de suprimentos.
5. Investimento em Tecnologia para maior eficiência operacional:
Apesar de poder ter custos iniciais elevados, a adopção de avanços tecnológicos pode melhorar a eficiência operacional e reduzir a dependência de processos manuais, o que representa uma poupança significativa a longo prazo. A automação, a inteligência artificial e a análise de dados podem optimizar fluxos de trabalho, aumentar a produtividade e fornecer informações valiosas para a tomada de decisões estratégicas.
6. Negociar Contractos e Termos:
As empresas podem procurar negociar proactivamente com os fornecedores, clientes e parceiros para garantir condições mais favoráveis como ciclos de pagamento mais longos, descontos em compras de volume e contractos de preços fixos.
7. Desenvolvimento e retenção de funcionários:
Atrair e reter trabalhadores qualificados pode tornar-se um desafio e, em caso de saída, pode afectar abruptamente a produtividade. As empresas devem assim procurar investir em programas de desenvolvimento para investir na formação contínua dos seus colaboradores e fomentar uma cultura organizacional positiva. Além disso, podem ser considerados incentivos não monetários, como regimes de trabalho flexíveis, para aumentar a motivação e reter talentos valiosos.
8. Diversificação dos fluxos de receita:
Confiar num único produto, serviço ou cliente pode expor uma empresa a maiores riscos durante períodos inflacionários. Diversificar os fluxos de receita expandindo linhas de produtos ou entrando em novos mercados é uma abordagem que pode ajudar a mitigar o impacto da inflação em sectores específicos do negócio.
9. Monitorizar e gerir o fundo de maneio:
Uma gestão eficiente do capital de maneio é crucial para navegar pela flutuação da inflação. Monitorizar o fluxo de caixa, reduzir o excesso de stock e optimizar as contas a receber e a pagar ajudará as empresas a manter um equilíbrio saudável entre liquidez e investimento em activos que gerem retorno.
10. Educação e Comunicação com o Cliente:
A comunicação transparente com os clientes é vital em tempos de inflação. Comunicar claramente quaisquer ajustes de preços, enfatizando o valor dos produtos ou serviços, explicar os desafios económicos enfrentados e destacar as medidas tomadas para manter a qualidade dos produtos e serviços são algumas das formas para criar uma relação de confiança com os clientes.
Conclusão
Navegar com sucesso a onda da inflação requer uma combinação de medidas proactivas, planeamento estratégico e capacidade de adaptação. Ao analisar custos, redefinir estratégias de preços, optimizar operações e promover uma comunicação aberta com as partes interessadas, as empresas podem não só resistir aos desafios económicos criados, mas também posicionar-se para um crescimento sustentado a longo prazo.
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